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do pipo ó copo

Ponte de Prado

do pipo ó copo

Ponte de Prado

FOI...

- Não lhe adianta estar pr’ai com falinhas mansas a ver se indromina o meu marido. Eu quero uma porta nova! Uma porta nova, ouviu? Você pensa que isto é alguma sucata?…

- Mas minha senhora eu só disse…

- Quero lá saber o que é que disse… O meu homem é fácil de enganar mas a mim não. Chame a polícia que vai pagar as vacas ao dono…

- Não é preciso, por uma coisinha de nada, ir agora para o seguro. Eu assumo o arranjo…

- Mas quero lá saber… Pensa que vamos meter o carro num sucateiro? O carro vai prá Mercedes, e quero uma porta nova.

O marido puxou-a ao lado por uma braço, com a esposa sempre a reclamar com um “está quieto, deixa-me falar…”

- Cala-te um bocado – falou baixinho - a culpa é nossa, ele está pela direita. Deixa-o pagar…

A mulher libertou-se do marido, com um gesto brusco e levantou a mão com a bolsa no ar, fazendo o gesto de lhe bater com ela, gritando ainda mais alto.

- Caralho homem… De tanto que te rebaixas, que daqui a pouco vêm-te o cu… A culpa é nossa o caralho… Ai que nervos, meu palerma… Então nós não vimos na estrada principal?... Nem que viesse aqui o presidente da república, a culpa era nossa…