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do pipo ó copo

Ponte de Prado

do pipo ó copo

Ponte de Prado

SONHAVA...

Estes dias de chuva trazem-me á memória outros dias de chuva. Dias em que debaixo do coberto, deitado na cadeira de lona, que tinha sido da minha avó, oferecida pelo meu tio, que a trouxera de Angola, com um livro da colecção “Argonauta”, dos mais de cem que havia na biblioteca da Escola Carlos Amarante, e que todos li, via a chuva a chegar, escondendo o monte, tornando cinzento todo o horizonte, esbatendo o Mosteiro de Tibães, e o canudo da fábrica de Ruães.

E chegada ao telhado, rapidamente fazia uma cortina de pingas, que se desprendiam das telhas, e faziam “ping” “ping”, nas pedras irregulares da calçada.

Lembro-me de cobrir a cabeça com o cobertor, e ficar a ouvir a chuva e o vento, gozando os pequenos arrepios, diferença entre o frio pensado e o quentinho sentido, sonhando com o futuro…