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do pipo ó copo

Ponte de Prado

do pipo ó copo

Ponte de Prado

NÃO PRECISAS DE ME BEIJAR A MIM...

Falava-se na crise, e eles insistiam na culpa do estado, na culpa do “eles”, e enquanto ouvia ia crescendo em mim um sentimento de irritação…

“Em vez de estares aí a falar mal do estado, devias agradecer o facto de nem o 9º ano teres, e de na escola, seres um burro de todo o tamanho, mas que graças ao estado tens regalias quer muitos de nós nem sonham, e ganhas ao nível de um licenciado e vais ganhar isso até que morras. E tu em vez de falares nos ladrões do rendimento mínimo, olha para ti e lembra-te do garfo que engoliste e que o estado te deu a reforma por isso e agora andas a trabalhar porque sempre tiveste bom cabedal, a tirar o lugar a um desempregado e continuas a receber a reforma. Vocês os dois deviam era beijar o estado no cu. E lembro-lhes que eu acho que o estado somos todos nós…”

Deveria ter dito isto, mas levantei-me e saí em silêncio. Um silêncio de desprezo note-se…

BRAGA, 0 - SHAKHTAR DONETSK, 3

Se o optimismo era evidente, com as pessoas sorridentes e participativas na festa que começava e que acreditavam se prolongaria pelo devir das horas, no fim dos 90 minutos todos caminhavam cabisbaixos em direcção à saída, uns de cara fechada, outros dando tácticas infalíveis, outros pondo em causa a equipa, quais mourinhos do Minho…

Na inocência dos seus 4 anos, o meu filho que durante o jogo tinha participado nos incentivos, gritando, batendo palmas, só se refugiando no meu colo quando os assobios subiam de tom, ou se ouvia um filho da puta mais explicado, olhava para mim com os olhos muito abertos, admirado de ninguém lhe meter pimenta na língua, ao ver as pessoas levantarem-se perguntou:

- Acabou pai? O Braga ganhou?

- Ganhou, respondi-lhe.

Pôs-se de pé na cadeira e de braços abertos gritou: “Fixe!”

Pelo menos as pessoas que se encontravam naquele sector, sorriram, esquecendo a tristeza. Aja alegria…

O MEU PÁRA-QUEDAS?...

Esta noite tive um daqueles sonhos, que dizem os entendidos (!) nos podem levar à morte. E que segundo eles, explicam muitos casos de mortes súbitas, durante o sono, de pessoas que aparentemente gozariam de perfeita saúde.

No sonho eu era o padrinho de casamento do Saviola (sim esse mesmo, o do Glorioso). Os convidados saíram da minha casa, que era a casa onde vivi a minha infância e o cortejo era feito em avião.

O aparelho do noivo era grande e funcionava a pedais. Cada passageiro pedalava directamente para uma hélice, que o fazia mover-se no ar.

Levantando atrás do avião do noivo, o meu, que eu pilotava, parecia um “Spitfire”, roncando fez uma curva à esquerda, passou com a asa esquerda a rasar um telhado, lembro-me perfeitamente de sentir um aperto pensando que ia embater, levantou folhas de uma árvore que estava a seguir, pregando-me novo susto, e sempre em aceleração, subindo, de surpresa embateu em cheio em outra árvore, fazendo-nos saltar do aparelho, indo o avião para um lado e nós para outro, e enquanto caíamos no abismo, aos trambolhões em direcção ao solo, eu sozinho e a minha esposa com o nosso filho agarrado, íamos dizendo adeus uns aos outros…

Depois acordei, com o rapaz subindo pelas minhas costas e deitando-se às escuras, que só a luz difusa do rádio despertador deixava distinguir. Ele adormece no quarto dele, mas se acordar a meio da noite, dá uma corrida para a nossa cama e mete-se no nosso meio.

Quase nunca me apercebo, e só de manhã dou acordo da sua presença, mas esta noite, quando meteu o joelho nas minhas costelas, o puto, salvou-me de uma morte certa por queda das alturas, acho eu…

É DURO.

O Durão Barroso, que parece, defendeu com unhas e dentes os "ciganos franceses", hoje ao almoço, é o mesmo que com um sorriso nos lábios deu o seu consentimento à condenação de milhares de iraquianos à morte, na célebre cimeira dos Açores?...