A senhora estava a pedir um donativo para o I.P.O., com uma banca cheia de bonequinhos, nas instalações dos correios e seguiu o homem que entrara …
- Não custa nada, são só cinco euros.
O homem dava mostra de irritação, com a insistência.
- Temos estes bonecos tão giros.
- Foda-se minha senhora – explodiu o homem! Deixe-me em paz “carago”!
- Também não é preciso ser malcriado! Não é pra mim que peço...
O homem levantou a mão e apontou-lhe o dedo, continuando exaltado.
- Tenho dez euros no bolso, que têm que dar daqui ao fim-de-mês, que ainda nem sei quando será, e duas crianças lá em casa, que querem comer também! Fica contente agora?...
A sala de espera estava cheia, de pessoas e ruídos… Papeis, conversas, risos, queixas e tossidelas. Sentada, uma senhora falava ao telefone, em voz alta, com um dedo a tapar o outro ouvido…
… Não é bem assim... Andreia… Andreia, escuta… Escuta… Vou-te contar um segredo, mas prometes… Promete, que fica só entre nós as duas…
Encostou o carrinho e dirigiu-se para o multibanco. Atrás uma senhora idosa aproximou-se dizendo: “Que lindo bebé. Não mo queres dar?...”, rindo-se para o irmão, que agarrado ao carrinho olhava para a velhota e para a mãe.
- Então não me dás este lindo bebé – insistiu a senhora?