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do pipo ó copo

Ponte de Prado

do pipo ó copo

Ponte de Prado

00963.9876.12345

- Tou? Tá lá? Bashar?... Ó pá a estupidez humana não deixa de me espantar. Podias continuar aos tiros e a brincar com bombas, mas não, tiveste que mandar armas químicas… não tens desculpa, pá, foi uma estupidez… não adianta pá… se mandares uma bomba desfazes aquilo tudo; ninguém sente nada, morrem como passarinhos… agora com o veneno… Ó pá, eu só em ver aquelas imagens do menino a abafar, e ainda por cima logo ao pequeno-almoço, estragou-me o dia...  Ainda anteontem estive aqui a ver, da janela, uns cães vadios que envenenaram aqui na rua, e aquilo é penoso, custa pá… Ai é caro?... Compra das maiores; são mais caras?... Ó pá podem ser bombas mais caras à unidade, mas o estouro também é muito maior… mais passarinhos… não sei se me percebes… Ó pá não podes, não adianta… Oposição?... Ora, ora; eu por esses punha as mãos no fogo, não venhas agora com isso… Vou desligar que a chamada é internacional e fica cara… não adianta… Ó pá, não podes, porque há papeis assinados a dizer que é proibido…. Tá bem, nisso concordo, mas a chatice é que agora se calhar vamos ter que mandar um corpo expedicionário, gastar umas bombas inteligentes que, essas sim, são caríssimas, e ainda fazer tribunais para os crimes de guerra… uma maçada. Isso não sei… Se fosse eu fugia, mas tu é que sabes…

 

EVANGELHO...

- Então o Braga lá ganhou… mas coitadinhos não jogam mesmo nada.

- Ora, ora, vens tu agora falar de jogar bem… Olha que o Benfica está a jogar uma maravilha.

- Pronto lá vens tu. Eu a falar de futebol e tu vens falar de religião.

TOLINHA

Juntavam-se de manhã, no banco de pedra ao fundo da rua, encimado pela figueira da D. Joaquina, cujas raízes eram molhadas pelo pequeno riacho que atravessava o lugar puxando ramos e folhas viçosas, cobrindo de sombra os paralelos do chão…

- Olhai, lá vem a tola – disse a D. Amélia, apontando com os olhos e um movimento da cabeça…

- Quem – perguntaram as outras duas ao mesmo tempo?

- A “Nela” do outeiro…

- É verdade; meteu o homem na cadeia – anuiu a Joaquina.

- O… Como se chamava o coiso, está preso – perguntou a D. Mariazinha?

- Era “Manel”… espetou com ele na cadeia. Andava a rondar a casa, como um cão, e ela chamou a guarda e lá foi.

- A Mariazinha não sabia?... Parece que ele lhe dava umas bofetadas, quando estava com os copos, e o tribunal condenou-o por aquilo que agora chamam de violência doméstica. Não se podia aproximar dela menos que uns passos…

- No caso dele deviam contar era bicicletas – disse a Mariazinha rindo-se, mas tendo o cuidado de pôr a mão em frente à boca, para segurar a dentadura, que já tinha partido duas este ano, na mesma situação – ele andava sempre montado numa…

 Calaram-se um pouco enquanto a “Nela” passava…

- Bom dia, minhas senhoras…

- Bom dia, rapariga – responderam as velhotas…

Quando ela se afastou, retomaram a conversa…

- Se calhar até eram merecidas, as lapadas, que dizem que ela não se cala nem com uma espingarda apontada.

- É mesmo isso. Arranjou foi umas testemunhas, sabe-se lá como, um advogado da caixa a dizer que era muito pobrezinha e o “morcom” não quis saber, nem se defendeu nem nada, e ela livrou-se dele. E agora anda por aí toda fresca. E ele lá está a ver televisão às nossas custas…

- Coitada é da canalha. Filhos de um condenado.

 

BIG-BANG

- João que estás a fazer aí, sentado no sofá às escuras?...

- Pois, eu queria que o pai me mostrasse onde era o incêndio, mas está a falar com a Gui, blá blá sobre Júpiter…

- Mas filho, podias ir para o pé deles e aprender alguma coisa.

Levantou-se apressado, com as mãos abertas...

- Eu quero lá saber que a terra anda a voar pelo ar, eu só queria ver onde era o incêndio!...