Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

do pipo ó copo

Ponte de Prado

do pipo ó copo

Ponte de Prado

CRESCEU

- Queria falar comigo Sr. Padre?

- Entre D. Efigénia. Queria…

Entrou na sacristia, beijou-lhe a mão enquanto dizia um “sabença” e encostou-se a um canto, aguardando que o padre despisse os paramentos.

- Sabe D. Efigénia, eu pedi-lhe que viesse por causa da sua criada. Eu não sei como lhe dizer, mas as moças daquela idade crescem em comprimento – fez um gesto constrangido com as mãos em frente ao peito – e em largura. É da idade… e eu vejo quando ela vem à missa com vossemecê, os olhares dos moços, os risos e imagino os seus pensamentos. Mesmo na rua também já observei os dizeres de certos moços mais malandros, quando ela passa. E nós temos o dever de travar o pecado, tanto em obras como em pensamentos. E é, sabendo que também partilha desta posição, que lhe digo, que a farda que lhe deu quando ela veio, quê há dois anos? – D. Efigénia concordou com a cabeça – já lhe deixa muito a ver. Não lhe disfarça o corpo…

- E vou fazer uma farda nova? Mais vale pô-la a correr e mandar vir outra.

CALDO CASEIRO

- Rosa, está sempre a dar na rádio, aquilo das sopas Knorr, e não são caras. Vai ali à mercearia e trás uma de cada, para o Sr. Doutor provar a ver se gosta.

Rosa agora com 13 anos servia na casa do Dr. Engenheiro Silveira, a tomar conta dos meninos e dos recados…

Meteu três panelinhas na saca de pano, e saiu em passo apressado, pois era quase hora de almoço…

Estranhou o riso do moço da mercearia, que voltou com três pacotes e meteu um em cada panela.

- Aí está… três sopas.