CRESCEU
- Queria falar comigo Sr. Padre?
- Entre D. Efigénia. Queria…
Entrou na sacristia, beijou-lhe a mão enquanto dizia um “sabença” e encostou-se a um canto, aguardando que o padre despisse os paramentos.
- Sabe D. Efigénia, eu pedi-lhe que viesse por causa da sua criada. Eu não sei como lhe dizer, mas as moças daquela idade crescem em comprimento – fez um gesto constrangido com as mãos em frente ao peito – e em largura. É da idade… e eu vejo quando ela vem à missa com vossemecê, os olhares dos moços, os risos e imagino os seus pensamentos. Mesmo na rua também já observei os dizeres de certos moços mais malandros, quando ela passa. E nós temos o dever de travar o pecado, tanto em obras como em pensamentos. E é, sabendo que também partilha desta posição, que lhe digo, que a farda que lhe deu quando ela veio, quê há dois anos? – D. Efigénia concordou com a cabeça – já lhe deixa muito a ver. Não lhe disfarça o corpo…
- E vou fazer uma farda nova? Mais vale pô-la a correr e mandar vir outra.