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do pipo ó copo

Ponte de Prado

do pipo ó copo

Ponte de Prado

O CÚMULO DA ESQUECIDEZ

Ensaiaram por mês e meio, três vezes por semana, aperfeiçoando pormenores, consolidando processos, lapidando talentos, moldando imperfeições.

No último ensaio, Néné Lopes, "O Maestro" regozijou-se com os progressos, alvitrando que se “…a Via-sacra correr como hoje, será a melhor de sempre.”

Ultimas recomendações, para chegaram cedo no dia seguinte, para vestir os fatos, que às 21.30 começava. Se não chover, lembrou alguém. Mesmo que chova, frisou Néné…

 

Faltavam 10 minutos para a hora, e o fato do Barrabás continuava pendurado.

- O Barrabás não vem, perguntou a Maria Costureira a Néné...

- Quem?...

- O Miguel Foguete… o Barrabás…

 - Ainda não veio?...

- Não vês ali o fato pendurado ?...

- O pá, gritou Néné, alguém que me ligue ao Foguete, e veja o que se passa..

- A quem, perguntou alguém, que mesmo entendendo, sempre pergunta…

- Ao Miguel Foguetão, carago…

 

Miguel ria-se para a televisão, sentado no sofá da sala, quando no bolso o telemóvel começou por tremer, e depois debitar o “já te atendo ò meo”.

- Tou?...

. Tu não vens pá?...

- Vou aonde? Quem fala?...

- Tu não vens à Via-sacra, fazer de Barrabás?...

Miguel Foguete, ficou lívido.

- Ei! Esqueci-me…

- Então vê lá se te pões aqui como um fogue… com um pé a lamber outro…