ESTE PAÍS NÃO É PRA VELHOTES
É triste ouvir os Portugueses falarem mal dos políticos, o “eles” repetido à exaustão, como se nada fosse culpa de todos e de cada um, levados por promessas, que sabem ser irrealistas, mas que melodicamente lhes afagam os ouvidos e o coração.
É triste ver pessoas sérias, de referências imaculadas, tornarem-se meninos traquinas, capazes de actos medianos e medíocres, tratando a população como burros, a quem dão palha para repasto.
É triste porque se os políticos são o espelho do país, pobre país…
Pessoalmente acho que a culpa é nossa, dos eleitores, do chamado povo anónimo, porque gosta de ser enganado, não mostrando uma cultura de exigência, um comportamento de responsabilidade, não exigindo seriedade. Aliás, parece que basta a um qualquer candidato autárquico ser acusado de algum crime ou falcatrua, para ter a eleição garantida.
Com a, exagerada, cobertura dos média, às eleições do Sporting, tenho acompanhado o processo, e como este espelha fielmente tudo o que se diz para a politica, repetindo os sócios do clube, comportamentos eleitorais.
Num clube falido, aparecem candidatos a prometerem milhões de fundos, milhares da banca, investidores estrangeiros, barões e messias, jogadores e treinadores de fina água, subindo imediatamente nas sondagens, e o candidato que fala em política de rigor, em gestão responsável, está em último nas intenções de voto.
Tínhamos um governo, à imagem dos governos, que nos tratou como aquilo que nos tornámos, nada, maquilhando contas, como um merceeiro, escondendo a realidade como mágicos de cartola, aplicando PEC’s para manter aparências.
Tínhamos um líder de oposição, como qualquer líder de oposição, cujo partido maquilhou contas e escondeu a realidade, com sede de poder, afagado pelos “boys” sedentos de ser. Derrubou o governo, alegadamente por descer salários e pensões, dizendo, antes subir o IVA, por ser mais justo, desmentido por um assessor que diz não ser possível, mais valendo descer salários e pensões…
Tínhamos os partidos de esquerda, que pelo menos gabo-lhes a honestidade politica de defenderem sempre as mesmas causas, suponho que com verdadeira fé, felizes com o quanto pior melhor, utilizando a Intersindical como braço armado, na guerra que mantêm com a autoridade…
Tínhamos um partido, que pulava de um lado para o outro, todos unidos no desígnio em que se esgota, de dar ao seu líder um cargo…
Era o que tínhamos, agora nem isso temos…
Pelo altos desígnios de 280 excelsos Portugueses, vamos ter o FMI a levar-nos couro e cabelo…