- Tens aqui um “Ford Escort” antigo? Isto é que eram máquinas; Os carros agora é só electrónica. Se avaria alguma coisa é um dinheirão…
- Depende tio, no dia-a-dia são mais económicos…
- São nada. Eu dantes fazia a “rigolage” na minha casa, comprava os “platines” e os condensadores e mudava eu.
- Mas agora os carros consomem menos de metade, as revisões são só de vinte em vinte mil, enquanto dantes eram de três em trêsl. Não é por acaso que agora os fabricantes dão mais anos de garantia…
- Agora é que eles bebem. Eu tinha um GS… não, tive dois, o “boca de sapo”, e dava os duzentos na auto-estrada, quando vinha a Portugal, e só bebia cinco aos cem.
Deixei cair o assunto e a conversa continuou, deu a volta, voltando ao mesmo sitio…
- Eu, este Mercedes que tenho agora, até me esqueço de ir à bomba. O ponteiro está sempre igual…
- Mas tio, a este não faz você a revisão!...
- O pá, isto agora é só electrónica, os carros até se arranjam sozinhos. Este até parece que anda só a ar e vento…
Ao folhear as minhas revistas de automóveis antigos sempre achava estranho a diferença de cotação de um Porsche Carrera feito pela fábrica em relação a outros modelos iguais, mas feitos por apaixonados por carros, que compravam as peças e os reconstruíam com cuidado, indo aos mais pequenos pormenores.
Ao assistir a um concerto dos Queen on Fire, percebi. Este grupo presta homenagem ao mítico grupo Queen, indo aos mais pequenos pormenores, com uma elevada qualidade.
No entanto, o seu concerto apesar de muito bom, levou-me o pensamento para o quanto teria sido magnifico ter assistido ao show dos genuínos.
Tudo isto, porque apesar da pessoa em palco se parecer em tudo, não era o Freddy.
As férias foram concedidas a quem trabalha, para que pudéssemos recuperar do cansaço acumulado ao longo do ano, e para, durante alguns (poucos) dias, sairmos da rotina do dia-a-dia.
Agora se começam a inventar stress’s pós traumáticos, ansiedades de retorno, ou depressões da caxolinha, os motivos que inicialmente justificaram os dias de descanso começam a perder acuidade, e é bem possível que as entidades reaccionárias, que bem lá no fundo sempre duvidaram das razões invocadas, façam pressão junto dos poderes, também eles reaccionários, para acabarem com elas.